tag:blogger.com,1999:blog-80465141510630639212024-02-06T20:04:05.630-08:00Thiago de GóesUnknownnoreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-67177092870062892112019-07-23T13:09:00.000-07:002019-07-23T13:09:26.694-07:00Cícero e DoraliceO CASAL CIDORA<br />por Thiago de Góes e Judith Pereira<br /><br />Cícero Medeiros (Biriu), filho de Manoel Eugênio de Medeiros (Manoel Sueco) e Maria Plácida de Góes (Nêga) nasceu em 31 de Março de 1912, em São José do Seridó (RN).<br /><br />Aos 15 anos, em função de uma queda de cavalo, Cícero ficou com uma das pernas defeituosa, motivo pelo qual andava sempre com apoio de uma muleta.<br /><br />Era irmão de João Cesário de Medeiros (João Sueco), Raquel Eulália de Medeiros (Raquel de Sueco) e Manoel Etelvino de Medeiros.<br /><br />Casou com Doralice Pereira Dantas (1915 - 1975), filha de Manoel Sabino Pereira e Izabel Adelgícia Dantas (Dona Bela). Primeiramente no religioso, em 1933, e posteriormente no civil, em 12 de agosto de 1942. <br /><br />O enlace matrimonial não teve o consentimento dos pais e, por isso, o casal foi morar no galpão da algodoeira, armazém do empresário Raul Medeiros, a pedido do tio de Doralice, Cícero Dantas.<br /><br />Os filhos que nasceram antes do casamento civil receberam sobrenome Dantas. Quem nasceu depois, recebeu sobrenome Pereira.<br /><br />Do casamento de Cícero e Doralice nasceram 16 filhos, seis dos quais sobreviveram: Antônio Dantas de Medeiros, Belkisse Dantas de Medeiros, Doralice Dantas Filha (Nova ou Bovinha), Judith Pereira de Medeiros, Nazaré Pereira de Medeiros, Ruy José de Medeiros.<br /><br />Os filhos que morreram ainda criança foram, nesta ordem: Cícero José, Edson, Francisco, Guiomar, Helena, Ivanalda, Maria José, Creuza, Maria do Rosário, e Maria das Graças.<br /><br />Cícero era comerciante em São José do Seridó. Em 1957, aos 45 anos, migrou para Natal, onde conseguiu trabalho na Agência Modesto, que comercializava passagens intermunicipais.<br /><br />Na capital, moraram em seis endereços diferentes (Quintas, Avenida 10, Rua ABC, Avenida 6, Rua João Dourado Filho e, por último, Rua Segundo Wanderley, onde ainda reside Belkisse).<br /><br />Doralice tinha um comércio que funcionava na Avenida 6, e depois foi transferido para a Rua João Dourado Filho, lateral do Colégio Marista, na Vila Lustosa. Lá, vendia queijos e galinhas caipiras trazidos do Seridó, fornecidos por Joaquim de Egídia e Emídio de Medeiros.<br /><br />Biriu e Doralice eram pessoas tão confiáveis que os fornecedores deixavam a mercadoria, mesmo se não houvesse dinheiro na hora. Então eles aguardavam o pagamento na próxima viagem. <br /><br />Após sair da Agência Modesto, Cícero passou a ajudar a esposa na mercearia que funcionava na garagem da casa alugada no Barro Vermelho.<br /><br />Nela, havia uma grande variedade de alimentos perecíveis e não perecíveis. O estabelecimento ficou conhecido como "a Bodega de seu Biriu", um ponto de referência no Barro Vermelho.<br /><br />"Eu vou comprar essa casa", disse Doralice. E comprou! "Só saio daqui quando morrer!". E assim seria feita a sua vontade...<br /><br />O casal era apaixonado pela rua, pela casa e pelo bairro. "Eu não preciso sair de casa! Ponho minha cadeira na calçada e fico vendo o movimento e as pessoas passeando e me dando boa tarde; até minha Belquissinha chegar!", dizia Biriu.<br /><br />A filha Belkisse, ou Madrinha como também era chamada, nessa época trabalhava numa empresa na Ribeira. Ela vinha de ônibus e descia na porta de casa.<br /><br />Com a saúde já debilitada, Cícero faleceu em maio de 1974, aos 62 anos. Então sua filha Belkisse largou o emprego para ajudar a mãe na mercearia. Sete meses depois, no entanto, Doralice também veio a falecer, e a família inteira ficou de luto. Todos sabiam que ela morrera de saudades do marido.<br /><br />"Minha mãe teve uma história e uma trajetória de muita renúncia pelo amor ao meu pai. Assim foi a história de Cidora - CICERO E DORALICE: O Amor Além da Eternidade", resume a filha Judith...Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-15888288094381784762019-04-09T08:17:00.002-07:002019-04-09T08:17:51.121-07:00Pesquisadores descobrem possível filiação do cangaceiro Moderno, do bando de LampiãoConsiderada uma lacuna nos estudos do cangaço, a filiação do Cangaceiro Moderno, do bando de Lampião, pode ter sido descoberta por um grupo de pesquisadores autônomos. Há poucos dias, eles encontraram o documento que atesta o nascimento de Virgínio Fortunato da Silva Neto, que está disponível no Cartório de Florânia.<br /><br />De acordo com o documento, Virgínio nasceu em 16 de janeiro de 1902, no então município Vila das Flores, atualmente Florânia, sendo filho de José Venâncio da Silva e de Júlia Amélia de Vasconcelos.<br /><br />Alguns historiadores chegaram a levantar a hipótese de que Moderno seria natural de Alexandria e teria nascido um ano depois em 1903, embora admitissem que não havia provas do fato.<br /><br />Moderno foi cunhado de Lampião e era o castrador oficial do grupo. Foi morto em 1933.<br /><br />O achado deve-se a uma pesquisa coletiva empreendida pelos pesquisadores Júnior Galdino, Thiago de Góes, Erothildes Medeiros, José Vanderli e Josimar de Medeiros. Contou com a colaboração do dono do cartório, José Eduardo.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-2090243627125717722017-02-07T01:10:00.001-08:002017-02-07T01:10:05.987-08:00E agora, José?<p dir="ltr">E AGORA, JOSÉ?</p>
<p dir="ltr">"Se você morresse, mas você não morre..." (Carlos Drummond de Andrade)<br>
por Thiago de Góes<br>
@_thiagoes_</p>
<p dir="ltr">A gravata estava suja de uísque, brigadeiro e suor. Com ela, enlaçou o pescoço e deu o nó que aprendera nos tempos de escoteiro. A outra ponta, amarrou numa estrutura de ferro, no teto do palco. Então pulou da cadeira...</p>
<p dir="ltr">Foi a sétima vez que tentara se matar (Nem se afogar na piscina conseguiu). Achou que o número cabalístico lhe traria um resultado positivo. Qual engano! Até que tudo funcionou bem, o nó, a gravata, o teto, a cadeira. Faltou combinar com a gravidade. O pescoço parecia de aço. Sentiu apenas um leve apertar nos ossos, um sutil incômodo, uma breve falta de ar.</p>
<p dir="ltr">E caiu por cima do violino! Seu corpo franzino espalhou papéis que jaziam numa caixa azul. Dentre eles, a partitura de uma valsa vienense. Já não tinha mais ideia do tempo que estava só, nem do tempo que em vão tentava morrer. Dias, semanas, meses? Que importa agora?</p>
<p dir="ltr">Lembrou-se de quando tudo começou. A banda tocava “I love you, baby”, quando ele sentiu falta da noiva. Foi ao banheiro feminino. Esperou longos minutos na porta. Ninguém saiu. Pediu para uma amiga entrar. Ela entrou e também não saiu.</p>
<p dir="ltr">Decidiu entrar ele mesmo. Aos poucos, foi entrando e chamando pelos nomes da noiva e da amiga. Quando ultrapassou a linha imaginária que dividia as partes de dentro e fora do toilette, ele não acreditou no que viu...</p>
<p dir="ltr">Era uma espécie de passagem secreta e mágica. Num passo, estava no banheiro; no outro, na recepção. Simples assim. Pensou que veria sua noiva na frente do espelho, mas viu apenas o tapete vermelho sob seus pés e dois elegantes garçons servindo vinho tinto, um de cada lado.</p>
<p dir="ltr">A banda ainda tocava “I love you, baby”. Agora, já eram quatro desaparecidos. A noiva, uma amiga, uma tia cadeirante e sua cuidadora. Todas foram vistas pela última vez entrando no banheiro. Já havia um clima tenso na festa...</p>
<p dir="ltr">José chamou um amigo de infância. Sem explicar, pediu que esperasse por ele na entrada da casa. Como antes, entrou no banheiro e saiu na recepção, mas seu amigo não estava lá. Os garçons também não estavam. Ele não percebeu, mas agora os tapetes eram brancos.</p>
<p dir="ltr">Metade da festa estava sumida. Ele teve um insight! Será que a música era o problema? Desde que tudo começou, ela não havia parado de tocar. Foi até o palco. Qual foi sua surpresa: a banda não estava mais lá. Apenas os instrumentos, imóveis no chão. Ainda assim, a música ainda soava pelos ares: I love you, baby... De onde vinha? O que estava acontecendo? Seria um pesadelo?</p>
<p dir="ltr">Tentou gritar, mas não tinha voz. Tentou falar com os convidados que ainda restavam, mas não respondiam e aos poucos foram sumindo, até que não havia mais ninguém na festa!</p>
<p dir="ltr">Lembrou-se de tudo isso, ao lado do violino quebrado e da partitura da valsa vienense. Algum tempo antes, concluíra que estava numa espécie de looping e que a realidade mudava (para pior) a cada vez que entrava no banheiro. Quem sabe tudo voltasse ao normal depois de tantas entradas e saídas? A esperança ainda não havia morrido...</p>
<p dir="ltr">Estava agora na cozinha. Tentou cortar os pulsos, mas não tinha sangue. Tentou chorar, mas não tinha lágrimas. Tentou gemer, mas não tinha voz. I love you, baby. Mas não tinha baby. Não tinha uma pedra no meio do caminho com que pudesse esmagar seu próprio crânio. Não tinha lua de mel, baby, I love you, não tinha nada, apenas dois quadros na parede.</p>
<p dir="ltr">Do lado esquerdo, a pintura de um cavalo negro, alado, voando para a lua. Do lado direito, um homem por trás dos óculos. Ele teve uma ideia. Entrou e saiu na passagem inúmeras vezes. Em cada uma delas, observava a mudança nos quadros. Pouco a pouco, o cavalo ia se distanciando. Pouco a pouco, o homem, já sem óculos, antes sisudo, ganhava uma expressão sarcástica. Sorria com desdém. Os olhos pareciam arder.</p>
<p dir="ltr">José jogou uma cadeira no quadro do homem, que agora parecia cantar: I love you, baby. Cantava e gargalhava! Sem parar. Gargalhava e cantava!</p>
<p dir="ltr">I love you, baby...</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-9991457762604524512016-12-14T16:16:00.001-08:002016-12-14T16:16:36.862-08:00Conto das Paquitas<p dir="ltr">Conto das Paquitas<br>
por Thiago de Góes<br>
@_thiagoes_</p>
<p dir="ltr">Ele era o garoto mais tímido da classe. Recluso, porém muito observador. Viu quando o brigão da turma dos fundos entrou na sala, trazendo um segredo, uma bomba, um tesouro perdido, ou sabe-se lá o quê, estampado num sorriso malicioso.</p>
<p dir="ltr">Em pouco tempo, um caderno sujo, dentro do qual se ocultava uma revista, circulava pelas mãos da ala masculina. Havia uma forte tensão, que tentavam a custo esconder do professor. Mas as poucas garotas mais espertas já sentiam um certo cheiro de coisa proibida no ar.</p>
<p dir="ltr">O caderno não chegou nas mãos do garoto tímido, mas ele já sabia o que era. No intervalo, postou-se no último lugar de uma fila meio disfarçada, de quase uma dezena de meninos, que dava para o banheiro.</p>
<p dir="ltr">O brigão cobrou-lhe dez contos. Aos outros, apenas cinco. Mas o garoto tímido não reclamou. A vez dele iria chegar. Quando soube que se tratava das bailarinas da loirinha do programa infantil, ele ficou muito apreensivo.</p>
<p dir="ltr">O brigão batia na porta a cada cinco minutos. Quem saía entregava a revista embutida no caderno para o próximo. A vez do garoto tímido chegou. Ele entrou quase ouvindo as batidas do coração. E, ao fechar o trinco da porta, já suava em demasia.</p>
<p dir="ltr">Passou as páginas de propaganda, ansiosamente. Ele não queria perder tempo. E, enfim, lá estavam elas. Todas reunidas, todas nuas! Escandalosamente nuas! Como desconfiava, nem todas eram verdadeiramente loiras... </p>
<p dir="ltr">Na foto inicial, os chapéus, uns azuis, outros vermelhos, eram os únicos adereços que restavam da farda que costumavam usar no programa infantil. Nada daquele short branco impiedosamente minúsculo e colado, que tantas vezes o garoto sonhara arrancar.</p>
<p dir="ltr">Já salivava bastante o garoto tímido, quando o brigão bateu cinco vezes na porta. Bateu forte. O garoto não respondeu. Queria ver mais. “A diretora está vindo”, disse o brigão. O garoto estava inebriado. “Lá vem ela. Sai já daí!”. </p>
<p dir="ltr">Que viesse! Ele não queria mais saber de nada. Estava hipnotizado. Não ouviu os chamados da senhora diretora. Só tinha olhos e ouvidos e mãos para aquelas doces páginas...</p>
<p dir="ltr">Arrombaram a porta. Foi um barulho muito forte. Suficiente para acordá-lo. A decepção foi grande. Não havia revista nenhuma. Nunca houve. Talvez nunca haverá. Foi sua primeira polução noturna.</p>
<p dir="ltr">E, no dia seguinte, os amigos mais chegados ouviram uma versão um pouco diferente do sonho do garoto mais tímido da turma...</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-45843434480424136562016-07-21T14:15:00.001-07:002016-07-21T14:15:15.433-07:00O segredo<p dir="ltr">O segredo!<br>
por Thiago de Góes</p>
<p dir="ltr">Era o sol quente na rua de barro, no açude seco, na rodoviária fantasma. Era o medo frio na garganta seca, na casinha de barro, na cidade fantasma. E eu lá, parado, sozinho, no meio do fim do mundo. </p>
<p dir="ltr">O pior de tudo era aquele dejavú insano, a toda hora me lembrando de que ali já estivera; era aquela sensação inquietante de que estava num sonho mais real do que a própria realidade; era aquela intuição louca de que algo muito importante me seria revelado...</p>
<p dir="ltr">Poucos metros me separavam da casa. Era lá onde morava o segredo. Eu sentia! Estava ali para descobrir, como artilheiro na marca do pênalti. Mas como faria aquele gol? Onde buscaria tamanha coragem? Eram pequenos passos para um só dia, porém grandes para uma vida inteira.   </p>
<p dir="ltr">Foi quando ela surgiu! Veio pelas minhas costas. Em meus ombros retesados, senti as suas mãos macias. Jamais houvera visto aquela mulher que, no entanto, me chamou pelo nome. Não sei por qual motivo ela me dava uma segurança enorme.  </p>
<p dir="ltr">“Calma! Eu te levo até lá!”, ela me disse.<br>
“Não largue a minha mão por nada. Por favor, não me deixe só”.</p>
<p dir="ltr">Então ela me carregou, passo a passo, como se aleijado fosse.  No meu Caminho de não sei qual São. E bateu na porta. E a porta se abriu. E por trás dela surgiu um senhor magro e sereno, de cabelos grisalhos e curtos. </p>
<p dir="ltr">Ela me apresentou ao senhor como se eu fosse esperado. Ele me olhou sorrindo e me pediu para entrar, como se eu fosse esperado. Eu entrei, mais esperado do que nunca... E a moça desapareceu! Bateu, juro, um desespero! </p>
<p dir="ltr">“Onde você está? Pelo amor de Deus! Você disse que não ia me deixar sozinho...”. </p>
<p dir="ltr">E não havia mais ninguém na casa. Minto! Havia, sim. Mas estava no quarto rente à cozinha. Eu podia sentir! Na entrada, um pano de estampas coloridas, que servia de cortina improvisada, me separava do segredo.</p>
<p dir="ltr">E a cortina abriu-se rapidamente, guiada por mão invisível, deixando-me ver quem estava no local. Uma jovem mulher, bonita, com ar de louca! Muda, falava com os olhos. Por eles, via-se toda a beleza e toda a loucura daquela mulher. </p>
<p dir="ltr">Aterrorizado, eu saí gritando! “Quem é ela? Quem é ela? Quem é ela? Quem é ela? Quem é ela?”. </p>
<p dir="ltr">E uma voz distante me sussurrou: É sua mãe...</p>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-68991570521594176272016-07-14T07:38:00.001-07:002016-07-14T07:38:48.107-07:00Vai, coelhinho<p dir="ltr">Vai, coelhinho!<br>
por Thiago de Góes<br>
Inspirado no #<u>PokémonGo</u></p>
<p dir="ltr">Era um espelho barato, retangular, pequeno. Cabia na bolsa. No começo, ela se mirava no intervalo das aulas. Para fingir que retocava sua maquiagem, e fugir do assédio das irmãs gêmeas. Tensa, ficava naquela bolha imaginária onde pensava estar mais segura. Ao menos, um pouco.</p>
<p dir="ltr">Depois de um tempo, porém, estava sempre com ele nas mãos. Não largava pra nada. Virou brinquedo, boneca, amuleto da sorte. Olhava e sorria. Íntima, de longos anos. A professora chamou atenção. De nada adiantou. Era uma extensão de sua vida!</p>
<p dir="ltr">Não demorou muito o sarro das gêmeas. “Ela pensa que é bonita, coitada”. Mas agora, não se incomodava tanto. Estava mais confiante. A ausência do medo incomodou as gêmeas. Um dia, elas viram a menina falando para o espelho. “Pirou de vez! Agora, deu pra conversar sozinha. Além de feia, é louca”.</p>
<p dir="ltr">“Vocês estão muito enganadas”, disse ela. “Estou conversando com meu amigo, que mora no espelho. É um lindo coelhinho amarelo de orelhas pontudas. Ele tem poderes mágicos. Se alguém me fizer mal, vai me defender”.</p>
<p dir="ltr">As irmãs riram com escárnio. Cercaram a menina e tomaram à força seu espelho de estimação. </p>
<p dir="ltr">“Vai, coelhinho! Capture-as!”, ordenou a menina.</p>
<p dir="ltr">Então, o coelho emergiu do espelho e cresceu feito monstro em holograma. As irmãs gêmeas nunca mais foram vistas. E a menina do espelho nunca mais foi importunada...</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-16835901522897077532016-06-30T15:41:00.001-07:002016-06-30T15:41:30.555-07:00É proibido cochilar!<p dir="ltr">É proibido cochilar!<br>
por Thiago de Góes</p>
<p dir="ltr">Na calçada fria, bailavam sinuosas labaredas; e as fagulhas fugidias caoticamente dispersas no sereno da noite. Eram como poderoso feitiço, aos olhos sonolentos do menino por trás do pequeno chapéu de palha! E do bigode pintado à lápis... </p>
<p dir="ltr">Nem mais o estalo do chumbinho no chão, nem a suave mordida no milho assado, nem o doce colorido das bandeirolas ao léu eram capazes de estancar o sono... </p>
<p dir="ltr">Olhou para o céu e ouviu das estrelas: É proibido cochilar! Olhou para a fogueira e uma língua de fogo de um dragão sedento lhe sentenciou: É proibido cochilar!   </p>
<p dir="ltr">Era mais forte do que ele, no entanto... Ainda que não se desse por vencido! Correu pra lá e pra cá, deu tapinhas na cara. Tudo em vão... Caiu no sono, como quem desperta quando cai no abismo dos pesadelos que se repetem. </p>
<p dir="ltr">E lá estavam novamente o dragão e suas estrelas, como impiedosos juízes. Você não podia dormir, repetiram. Avisamos! Agora está condenado ao reino das sombras! Por toda a eternidade...</p>
<p dir="ltr">E riram como riem os anjos do mal! E o menino chorou como choram os anjos do bem...</p>
<p dir="ltr">E no entanto ele olhou para dentro do seu chapéu de palha e ouviu de lá uma doce voz dizer: Acorda, meu filho! Foi um sonho! Fique tranquilo. Já estamos voltando para casa...</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-56430847788874854402016-06-17T09:34:00.001-07:002016-06-17T10:00:46.389-07:00Ao Mestre Lingüiça, com carinho!<p dir="ltr">Ao Mestre Lingüiça, com carinho!<br>
por Thiago de Góes</p>
<p dir="ltr">A bagunça reina imperiosa na sala de aula. Muitos falam e ninguém se ouve. O barulho sobe, como zumbido na colmeia do juízo. Impaciente, o professor grita furiosas e persistentes onomatopeias, e bate na mesa com força e raiva! </p>
<p dir="ltr">De repente, todos se calam. Menos o pequeno garoto que sempre fala o que não deve, nas horas mais impróprias. Desta vez, no entanto, ele diz: Vamos fazer silêncio, minha gente! É a primeira aula do Mestre Lingüiça no céu...</p>
<p dir="ltr">Vemos um close no olhar surpreso do homem por trás do <u>charuto</u>. A fumaça baforada junta-se a uma nuvem lateral e dela surge a imagem de pomposo buquê de flores vermelhas. Inicialmente, não vemos quem o segura. Mas, aos poucos, aparece o semblante tristonho de uma senhora cheia de bobes no cabelo.</p>
<p dir="ltr">A nuvem se apaga. Mas, na escrivaninha do professor, surge uma pequena xícara de chá de abençoadas lágrimas. E os alunos fazem fila para abraçar o querido mestre...</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-48456989470396437872016-06-15T19:07:00.001-07:002016-06-15T19:07:39.522-07:00É gente humilde, que vontade de sorrir!<p dir="ltr">Não sei por qual motivo nem desde quando a palavra humildade passou a ser usada como sinônimo de pobreza. Talvez, num passado patriarcal, os pobres foram obrigados a assumir uma postura de obediência, submissão e servilismo, parecendo mais humildes.  </p>
<p dir="ltr">De qualquer forma, rechaço o significado que aproxima pobreza de humildade, por entender que esta é uma virtude moral que independe da condição social. Ou seja: nem todo pobre é humilde, assim como nem todo rico é soberbo...</p>
<p dir="ltr">Chamar pobres de humildes me soa materialismo romântico, se é que podemos falar nesses termos. O caráter que se tem na cabeça nada tem a ver com o peso da prata que se tem no bolso.</p>
<p dir="ltr">Por isso, a Humilde Residência da canção de Michel Teló pode até ser uma daquelas “casas simples com cadeiras na calçada”, poeticamente descritas por Chico Buarque. Seja o que estiver escrito em cima de sua fachada, que não a chamem de humilde por ser pobre, mas por ser o lar de gente que jamais deseja parecer mais do que é.</p>
<p dir="ltr">Não sei, mas tenho pra mim que as “flores tristes e baldias” cantadas por Chico são muito mais felizes do que muitas plantas ornamentais que encostam sua alegria em luxuosas varandas que vemos por aí. </p>
<p dir="ltr">Não chore ainda não, meu caro <u>amigo</u>! Sua gente humilde, se humilde for, pode estar bem melhor do que nós...</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-30550167317615964992016-05-13T10:25:00.000-07:002016-05-13T10:28:21.536-07:00Brega do ImpeachmentBrega do Impeachment<br />
Por Thiago de Góes<br />
<br />
Eu sofro a dor da injustiça
<br />
Você me deu um golpe nesta vida<br />
Partiu meu coração de artista<br />
E agora sou mais uma estrela caída<br />
<br />
Eu sofro a dor injustamente
<br />
Você mentiu pra mim com falso flerte<br />
Partiu meu coração valente<br />
E agora sou pó debaixo do tapete<br />
<br />
Eu sofro a dor da injustiça<br />
Você me driblou com falso atalho<br />
Em meus pedalos de ametista<br />
E agora sou carta fora do baralho<br />
<br />
REFRÃO<br />
Golpista! Golpista! Golpista!<br />
Sai da minha vista!<br />
Golpista! Golpista! Golpista!<br />
Sai da minha vista!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-26350858244177968622015-12-30T10:13:00.001-08:002015-12-30T10:13:46.284-08:00O palhaço preso no nariz<p dir="ltr">O palhaço preso no nariz!<br>
por Thiago de Góes<br>
Inspirado no livro O Cavaleiro preso na armadura, de Robert Fisher </p>
<p dir="ltr">Bolsalegre era o bobo da corte! Da rua, de casa e da vida. Fazia rir, pra não chorar. Era baixo e feio, como achava que deveria ser. Um dia, ouviu da mulher, Julieta: tire esse nariz, ao menos pra comer! Ele não conseguia. O nariz estava colado e não desgrudava por nada nesse mundo.</p>
<p dir="ltr">Bolsalegre não podia ficar triste. Temia ser demitido! Escondeu-se na floresta, para chorar sozinho. Passou por ele, montado num rocinante, o bruxo do cabelo roxo, que lhe disse: </p>
<p dir="ltr">"Para livrar-se do nariz, você deve entrar e sair de três castelos: o da Vergonha, o da Culpa, e, por último, o da Responsabilidade! Leve o rato Calunga, que sabe por onde ir. Escreva um bilhete pra sua família. O corvo Chupim o entregará na sua casa e encontrará com vocês no caminho. Aqui estão as chaves!".</p>
<p dir="ltr">Bolsalegre caminhou até perder as forças. Calunga trouxe-lhe pequenas sementes para comer. Chupim voltou sem resposta para o bilhete. Julieta e o filho Cristóvão não sabiam do verdadeiro nome de Bolsalegre, e por isso nada responderam. Ele então chorou pela segunda vez,desbotando a maquiagem. Deitou-se e dormiu.</p>
<p dir="ltr">Quando acordou, estava no castelo da Vergonha. Alguém apontou o dedo para ele e depois gritou: Bolsalegre está nu! De repente, uma plateia de homens e mulheres carrancudos e bem vestidos lhe censurava com olhos de escárnio. Foi salvo, contudo, pelo Rei, que dele se apiedou. Falou sua majestade: Não dê ouvidos ao que dizem de você. Vista sua roupa e durma em paz!</p>
<p dir="ltr">Bolsalegre dormiu, e acordou no Castelo da Culpa. Ele vestia um luxuoso casaco de pele, enquanto os outros, inteiramente nus, agonizavam no tenebroso frio. Antes mesmo de esboçar qualquer reação, viu que estavam todos mortos, incluindo sua mulher e filho. </p>
<p dir="ltr">Então ele chorou pela terceira vez. Novamente, o Rei surgiu para consolá-lo: Não se amarre no passado e siga em frente. Durma em paz!</p>
<p dir="ltr">De novo, Bolsalegre dormiu. Ao acordar, estava no Castelo da Responsabilidade. E pensar que, durante esse tempo inteiro, ele sempre esteve lá. Preso entre paredes invisíveis! Ele e o seu amigo imaginário, o menino que não podia rir... </p>
<p dir="ltr">Estão procurando no lugar errado, pensava. Um dia, quem sabe, o mundo se dobre na sã desordem que cintila nos olhares pueris. </p>
<p dir="ltr">Mas eis que, no jardim sem flores, plantaram sementes de sorriso frouxo e viram nascer um grande pé de risonhos. E os frutos não se comiam, mas se botavam na ponta do nariz. E aqueles que assim faziam deixavam rastros de luz nos caminhos da vida. E eis que as paredes sumiram e ele então percebeu que, finalmente, seu grande amigo já podia rir...</p>
<p dir="ltr">"Bom dia, pai! Cadê seu nariz?"</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-25055106009259757112015-12-28T13:26:00.001-08:002015-12-30T17:20:08.716-08:00#SomosTodosCavaleirosPresosNaArmadura<div dir="ltr">
Qual a menor prisão do mundo? Para Sam, era sua própria armadura! O personagem medieval idealizado pelo escritor Robert Fisher representa "a luta entre o ego e o selfie", nas palavras do orador espírita, Divaldo Franco. Ele analisa "O Cavaleiro preso na armadura" à luz dos conceitos da psicologia junguiana, como a sombra, o ego, os arquétipos e o "si mesmo" (selfie), considerado como o Espírito imortal.<br /></div>
<div dir="ltr">
"O ego é a máscara. Não se pode arrancá-la à força. É um trabalho delicado. O primeiro passo é a humildade", disse Divaldo Franco, no seminário A Conquista de Si Mesmo, realizado em Fortaleza, no dia 27 de dezembro de 2015.<br /></div>
<div dir="ltr">
Nesta jornada do ego ao selfie, Sam percorre o caminho da verdade e passa pelos castelos do Silêncio, do Conhecimento, e da Vontade e da Ousadia. Inquirido por sua esposa Juliet, ele se dera conta que não mais conseguia livrar-se da armadura que tanto prezava. Em busca do Rei, encontra o bobo da corte, Bolsalegre, que lhe recomenda falar com Merlin. Este lhe encaminha aos três castelos, na companhia do Esquilo e de Rebeca, a pomba que levara um bilhete ao filho Cristopher.<br /></div>
<div dir="ltr">
O bilhete voltara em branco pois o filho não conhecia Sam, apenas o Cavaleiro. Sam chora. As lágrimas enferrujam a viseira e ela cai. Após este primeiro passo, Sam começa sua viagem para dentro de si mesmo, que exige Silêncio. No castelo da Verdade, depara-se com o espelho que lhe mostra o que realmente é, e não o que aparenta, e então se dá conta que precisava mais da esposa do que a amara. <br /></div>
<div dir="ltr">
Após vencer o dragão do medo e da dúvida, Sam supera o castelo da Vontade, volta para casa, onde é bem recebido por mulher e filho, e finalmente vê que já está livre da armadura.<br /></div>
<div dir="ltr">
Eu fico apenas pensando quais seriam as armaduras da atualidade, metáforas de nossas prisões, tudo aquilo que nos separa de quem nos ama. O poder? O dinheiro? As crenças? que objetos modernos poderiam representar essas prisões tão bem quanto a armadura? O celular? A televisão? O videogame? O próprio corpo? <br /></div>
<div dir="ltr">
Seja ele qual for "retiremos a armadura do ego que nos asfixia, em busca do selfie que nos liberta" (Divaldo Franco).<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/resmU3d8IT8" width="420"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-10478391455913093382015-11-24T09:08:00.001-08:002015-11-24T09:12:04.101-08:00Éramos<p dir="ltr">Éramos olhos, que a vida avistavam, nos corredores floridos da escola amada, da Senhora nossa que do alto nos guardava. Éramos bocas, que a vida comiam, nos lanches de luz e pão, famintas! Éramos ouvidos, que a vida auscultavam, em toques, hinos e canções, reverberando nos recônditos de nossa mente febril; nas vozes adultas que nos cantavam teoremas, equações e fórmulas de sabedoria. Éramos pele, que a vida rodopiava nos brinquedos e escorregava nos tobogãs, e urgia no sobe e desce dos balanços.</p>
<p dir="ltr">Éramos o sol, que a vida anualmente brilhava, nas trilhas sublimes das leituras desgarradas, tarefas, trabalhos, provas do ser em formação. Éramos a camisa branca, o quadro negro, as notas vermelhas, azuis, o cinza dos hábitos. Éramos a farda suja, lavada, impregnada, riscada, rasgada, despida, trocada. Éramos a farda que andava só! Éramos o nó, apertado na garganta. Éramos as brigas, intrigas, fuxicos, lágrimas e risos, derrotas e conquistas. Éramos abomináveis homens das neves, eternamente apaixonados por lolitas exibidas, que nós queríamos, desejaríamos.</p>
<p dir="ltr">Éramos livres na masmorra do saber!</p>
<p dir="ltr">Éramos trêmula caneta, borrada tinta em rasuradas questões do além-será. Éramos o medo de não passar, e o de passar e não voltar. Éramos o xis na resposta errada. Éramos o nada na resposta em branco. Éramos o grampo do sim. Éramos, por fim, nenhuma das opções anteriores. </p>
<p dir="ltr">Éramos já rasuros do que somos, a pele macia que abortava as rugas do porvir. Éramos a cor de nossos cabelos brancos, o soco de nossas mãos cansadas. Éramos imberbe face no espelho que fugiu e nunca mais voltou. </p>
<p dir="ltr">Éramos qualquer coisa, não importa, mas éramos. Mesmo que não sabíamos, éramos. E isso era o que bastava!</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-59112815161860967812015-05-20T05:49:00.000-07:002015-05-20T06:47:02.947-07:00Contradições do feminismo abortistaO feminismo abortista defende os interesses de apenas uma parte das mulheres: aquelas que já saíram da barriga de suas mães. Na minha opinião, no entanto, deve-se defender TODAS as mulheres, inclusive aquelas que ainda não viram a luz do mundo! Toda discriminação é injusta!<br />
<br />
Ao dizer isso, não estou retirando carteirinha de feminista de mulher alguma, até porque o movimento não é um clube nem uma confraria. Só expresso uma opinião sincera de que a defesa de apenas uma parte das mulheres é uma contradição do feminismo. Acho que as feministas favoráveis ao aborto deveriam procurar outro nome para se autodefinir. Talvez pudessem integrar um Movimento em Defesa das Mulheres Nascidas. Seria mais exato!<br />
<br />
Eu realmente não consigo reconhecer o feminismo de 'feministas' que não defendem os interesses de TODAS as mulheres, estejam estas dentro ou fora de uma barriga. Que diferença faz? Mulher é mulher, desde a concepção!<br />
<br />
E digo mais: Este feminismo parcial e seletivo até me soa muito machista, na medida em que limita o conceito de Mulher. É como se, para ser mulher, houvesse que ser visível e palpável. Se não está à disposição dos olhos e das mãos, não lhe chamam de mulher, mas de feto ou simples aglomerado de células. Então quer dizer que mulher é o que se vê e o que se pega? Nem o mais machista dos homens seria tão cruel nesta definição... A própria palavra feminismo tem uma conotação enviesada, pois deriva da palavra fêmea. E mulher é muito mais! <br />
<br />
Eu tenho certeza que muitas mulheres pensam como eu. Estas sim, são verdadeiramente feministas! Ou melhor dizendo: mulherinistas! Assim fica bem melhor!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-43368383655129130052015-05-15T06:32:00.002-07:002015-05-15T06:32:52.707-07:00Ação Leitura 2015. Review<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilEoxLetCqdeSlP2isrMF-CIe9-4LoJYKjTAfWbjzLnYY25Iyh5SwplvRafb6BZiaYqK9kaf3YN3K3XMhJtMueQOSieThcRoBq4hJY5Nv3BVzjZ8wT7wjQhNXRwjxctOLfDt4u5tPLITQ/s1600/11066771_912090745480220_4141953016638703398_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilEoxLetCqdeSlP2isrMF-CIe9-4LoJYKjTAfWbjzLnYY25Iyh5SwplvRafb6BZiaYqK9kaf3YN3K3XMhJtMueQOSieThcRoBq4hJY5Nv3BVzjZ8wT7wjQhNXRwjxctOLfDt4u5tPLITQ/s1600/11066771_912090745480220_4141953016638703398_n.jpg" /></a></div>
<br />
Mais uma vez, adorei participar do <b>Ação Leitura 2015</b>, excelente programa anual de formação de leitores, desenvolvido em <b>Natal (RN)</b>, pelos <a href="http://jovensescribas.com.br/" target="_blank">Jovens Escribas</a>. Fiquei emocionado ao falar no <b>Teatro Alberto Maranhão</b> lotado de estudantes de nível médio de várias escolas públicas e particulares da capital potiguar (<a href="http://colegiodasneves.com.br/" target="_blank">Colégio das Neves</a>, Colégio Contemporâneo, Salesiano São José Natal, Escola Juvenal Lamartine, IFRN São Gonçalo do Amarante, Colégio CEI e Escola de Jandaíra). Foram jovens ávidos por ler e escrever literatura, a quem fico imensamente honrado pelo carinho demonstrado nos pedidos para dar autógrafo e tirar selfies e fotos.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJywiEl4cfyMKR6uVk0GhG_fiBcCJIi5w42a70cU5cq7A27NF340SpVOBD-Id89OQu_uFAVBGkxAVW0QipIuE6aeqb27QnUMpu3igMU7BpnBlAV3dfcZ0flReMey0Cd3eZ4caSKX9bvHk/s1600/10398035_899077486831931_2486366064958377831_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJywiEl4cfyMKR6uVk0GhG_fiBcCJIi5w42a70cU5cq7A27NF340SpVOBD-Id89OQu_uFAVBGkxAVW0QipIuE6aeqb27QnUMpu3igMU7BpnBlAV3dfcZ0flReMey0Cd3eZ4caSKX9bvHk/s320/10398035_899077486831931_2486366064958377831_n.jpg" width="320" /></a></div>
Obrigado aos alunos que me fizeram perguntas inteligentes e relevantes, sobre minha obra e processo criativo. <br /><br />Obrigado aos que me pediram conselhos e me mostraram seus escritos, inclusive à moça que mostrou lindos poemas em homenagem ao seu pai, eu que também serei papai em breve.<br />
<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUtRH7Ig-Hng80ogkI9nkjGsj9Yo8MMHtdfUUSU4hmWenGLUoX-ZSYZIMk6YCfdYpoJep0xDuyFbnyWBZUeJKfSPpdloqu0UbB26Vz6-QdXez5Bmg4Bp3kr-FWkCdPSbYfQrl2qEDSYAI/s1600/11221835_899081353498211_4894201787331439154_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUtRH7Ig-Hng80ogkI9nkjGsj9Yo8MMHtdfUUSU4hmWenGLUoX-ZSYZIMk6YCfdYpoJep0xDuyFbnyWBZUeJKfSPpdloqu0UbB26Vz6-QdXez5Bmg4Bp3kr-FWkCdPSbYfQrl2qEDSYAI/s320/11221835_899081353498211_4894201787331439154_n.jpg" width="320" /></a></div>
Obrigado aos alunos do <b>IFRN São Gonçalo do Amarante</b>, que leram meu livro <a href="http://www.contosbregas.wordpress.com/" target="_blank">Contos Bregas</a> e, orientados por seu professor <b>Milson Santos</b>, também escreveram eles mesmos s<a href="http://sujeito-autor.blogspot.com.br/search/label/Contos" target="_blank">uas próprias narrativas</a>, inspiradas em suas canções populares de preferência. <br /><br />Foi uma honra ter influenciado a literatura destes jovens e entregar o prêmio para os melhores contos: O ébrio (Taygor Enrico); Lama (Régia Carla); Eu te peguei no flagra (Manaia Jr. e Wanderson Cleiton); Em plena lua de mel (Larissa Araújo); Eu não sou brinquedo (Alberto Palhares); Em plena lua de mel (Renato Fernando); A última valsa (Flavínia Menezes).<br /><br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT8bXMMseY3sjp1ZkgR6UJOIdhigc3A-6rN4CXDALNdWSrH7wsRP1_AWPJjRxKB1BHpgCJWoVmt_NbcaUoq_QjdW0sZo3vkXwpI5OTECqsDeGYT1N93l0-PaBv9wrkDQfb6WYxEGfWhn8/s1600/11251632_911894628833165_6380967024102737771_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT8bXMMseY3sjp1ZkgR6UJOIdhigc3A-6rN4CXDALNdWSrH7wsRP1_AWPJjRxKB1BHpgCJWoVmt_NbcaUoq_QjdW0sZo3vkXwpI5OTECqsDeGYT1N93l0-PaBv9wrkDQfb6WYxEGfWhn8/s320/11251632_911894628833165_6380967024102737771_n.jpg" width="320" /></a></div>
Obrigado aos alunos que aceitaram meu desafio de escrever contos inspirados na canção "<a href="https://www.youtube.com/watch?v=M3_405oMg3s" target="_blank">O Homem não chora</a>". Quem sabe um dia reunamos todos eles num livro prefaciado por mim?<br />
<br />
Obrigado <b>Carlos Fialho</b> (você é um galado!), por me dar a oportunidade de dividir palco com grandes escritores como você, <b>Patrício Jr</b>. (Sua mãe é uma figura! Adorei as histórias do "sorrido do meio-dia" e da "botina e o sapato") e <b>Alice Carvalho</b>. <br />
<br />
Resumindo: Foi show!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-27984572568115160342015-05-12T06:36:00.001-07:002015-05-12T06:40:09.379-07:00Ação Leitura + Cartas de amor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIBfcJbN0qK4M1RGE55OiZo-H8K5x747TvnuwGm3LeoH9DsGNaEg1gOXJouW7XVAkDI6b3PMQ4BQEZIz19xVl7gEo_JqBCYDvlFDqRuCwwORGsvREfFkuElTNADGlyixGukb9RVpBlQfc/s1600/11188422_896157707123909_1073446451490764217_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIBfcJbN0qK4M1RGE55OiZo-H8K5x747TvnuwGm3LeoH9DsGNaEg1gOXJouW7XVAkDI6b3PMQ4BQEZIz19xVl7gEo_JqBCYDvlFDqRuCwwORGsvREfFkuElTNADGlyixGukb9RVpBlQfc/s320/11188422_896157707123909_1073446451490764217_n.jpg" width="284" /></a></div>
Nesta quarta-feira, estarei em Natal, onde participo do projeto Ação Leitura 2015, promovido pelos Jovens Escribas, e converso com alunos do IFRN São Gonçalo do Amarante. O professor Milson Santos trabalhou meu livro Contos Bregas em sala de aula. Os estudantes também escreveram suas <a href="http://sujeito-autor.blogspot.com.br/search/label/Contos" target="_blank"><span style="color: blue;">próprias narrativas</span></a>, inspirados nas canções populares de suas preferências. Genial!<br />
<br />
Para agradecer pelo carinho, deixo para download o e-book "As mais ridículas cartas de amor", produzido na disciplina do grande professor W. Gabriel de Oliveira (que inclusive diagramou a obra), no MBA de Marketing Digital e Gestão de Mídias Sociais da Unifor. São cartas que compõem alguns dos Contos Bregas e foram reunidas num livro só. Basta informar o email para baixar o arquivo!<br />
<br />
<iframe frameborder="0" height="500" marginheight="0" marginwidth="0" src="https://docs.google.com/forms/d/1hv6yQ-tQUjYNTZkmIOZj2v-DGZPpVlOUTNAIVrxMirI/viewform?embedded=true" width="600">Carregando...</iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-21149879086195964262015-01-25T08:32:00.001-08:002015-01-25T09:46:43.502-08:00Novo aeroporto de Natal. Ninguém merece!O novo <b>Aeroporto de Natal</b>, que fica em <b>São Gonçalo do Amarante</b>, mais parece uma enorme cidade fantasma, perdida no meio do deserto. Lá, dezenas de táxis enfileirados no desembarque aguardam por clientes que não chegam. Tive a impressão que era uma feira de carros usados. Ainda não vi ninguém que gostou dessa mudança inexplicável. Pra você ter uma ideia, nem um canto pra comprar jornal a gente acha. Simplesmente não tem!<br>
<br>
<b>Viajar pra Natal</b>, agora, só de <b>Viação Nordeste</b>. Adeus Tam, Gol, Azul e companhia! De <b>ônibus</b>, a partir de Fortaleza, a viagem dura 8 horas em média. Você vai dormindo e nem sente o tempo passar. Sem falar que as poltronas são bem mais confortáveis e espaçosas! E a passagem ainda é mais barata. Ah, e a Rodoviária fica em Natal mesmo, você acredita?<br>
<br>
Aliás, a distância para o novo <b>Aeroporto Internacional Aluízio Alves</b> é tão grande que o táxi leva mais tempo de Natal pra lá, do que o avião de lá pra Fortaleza. No primeiro caso, dependendo do trânsito, a viagem pode durar 2 horas. No segundo caso, apenas 40 minutos...<br>
<br>
E ainda tem gente que defende, alegando que a mudança é uma forma de a elite natalense conhecer o outro lado da cidade, a <b>Zona Norte</b>. Como se obrigar alguém a passar por um canto fosse suficiente para fazê-lo gostar do lugar. Não é isso. Não se trata de uma romântica luta de classes. É simplesmente uma questão de uma mudança equivocada, que não agradou a ninguém. E só!<br>
<br>
Por isso, assinei o <a href="https://secure.avaaz.org/po/petition/Presidencia_da_Republica_Congresso_Nacional_e_Governo_do_RN_A_reabertura_do_Aeroporto_Augusto_Severo/?tvBtTib" target="_blank"><span style="color: blue;">abaixo-assinado pela reabertura do Aeroporto Augusto Severo</span></a>, em Parnamirim. Ele fica a 15 km do centro de Natal e a cerca de 10 km do polo hoteleiro. Além disso, foi o mais bem avaliado entre 15 aeroportos do Brasil. <a href="https://secure.avaaz.org/po/petition/Presidencia_da_Republica_Congresso_Nacional_e_Governo_do_RN_A_reabertura_do_Aeroporto_Augusto_Severo/?tvBtTib" target="_blank"><span style="color: blue;">Assine você também!</span></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-71538852570318699512015-01-15T10:35:00.001-08:002015-01-15T10:35:20.659-08:00Reflexões sobre a sofrência do povo brasileiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcwFBjun5iP24tNzX7tuZqclrkf7hkOWW1hMEn0fgIum4FVDZugsDDp4H4oD_MCHf69HWjEtKaBZkoJPKiN439mPecsSCa7RWnie0yVOUmSTuG7_o3rf7uqSHlyD-IkWXHXJymBZpqvGE/s1600/meme-pablo-da-sofrencia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcwFBjun5iP24tNzX7tuZqclrkf7hkOWW1hMEn0fgIum4FVDZugsDDp4H4oD_MCHf69HWjEtKaBZkoJPKiN439mPecsSCa7RWnie0yVOUmSTuG7_o3rf7uqSHlyD-IkWXHXJymBZpqvGE/s1600/meme-pablo-da-sofrencia.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
Não me lembro quem disse que o brasileiro é, sobretudo, triste! Parece que foi num encarte de uma coletânea de músicas bregas. Tava lá escrito: o brasileiro é triste! É uma frase forte e realmente difícil de acreditar, pois temos todos contato com a noção da alegria brasileira, reforçada pelas coloridas alegorias do carnaval e pelos criativos dribles do nosso futebol arte (não este do 7 a 1, claro).<br /><br />Há uma ideia que o povo daqui é acolhedor, simpático, gentil, desinibido e essa imagem do jeitinho brasileiro não combina com tristeza. Seria esta alegria toda apenas uma bonita máscara que esconde toda a nossa melancolia tupiniquim? Nossa alegria é triste? Ou nossa tristeza é que é alegre?<br />
<br />
A discussão vem à tona agora que desponta nas paradas do sucesso as músicas de um cantor romântico capaz de despertar estranhas nostalgias em quase todos os ouvintes. Ao menos assim confessam <a href="https://www.youtube.com/watch?v=qaozmx_tc88" target="_blank">paródias bem humoradas</a> na Internet, que parecem provar a fina fronteira que existe entre o riso e o choro. <br /><br />Em pouco tempo, <a href="http://www.pabloavozromantica.com.br/" target="_blank">Pablo do Arrocha</a> (este seu nome artístico) virou Pablo da Sofrência! Assim lhe batizaram os milhares de fãs que lotam seus shows. No twitter, li uns posts que explicam a mudança com o seguinte argumento: cantar para sofredores dá mais dinheiro! Outro complementou: o público-alvo é bem maior!<br />
<br />
O interessante do neologismo "sofrência" é que o sufixo dá um caráter de permanência ao ato de sofrer. Parece uma coisa que se prolonga no tempo. Ou seja: não é um sofrimento ocasional. Aliás, não teria sido outro brasileiro famoso que teria vaticinado com sua voz: "tristeza não tem fim, felicidade sim"?<br />
<br />
É, amigos. Parece mesmo que a sofrência está no âmago da brasilidade, seja ela o que realmente for. Parodiando aquele nosso amigo escritor, parece-me que o brasileiro é, antes de tudo, um forte admirador da sofrência. Para o bem e para o mal!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-69561076793207707882014-12-31T04:56:00.001-08:002014-12-31T04:56:39.000-08:00Feliz Vida Nova!Desejamos Feliz Ano Novo, como se ele fosse uma entidade com vida própria. Mas não existe ano feliz nem triste, pois felizes e tristes somos nós, a qualquer tempo! Os anos apenas passam nesta viagem sem fim, que se chama vida! São a paisagem e nós, os passageiros...<br />
<br />
Muitos poderão dizer que os anos encerram ciclos e que a passagem de um para outro é momento de avaliação e renovação. Que seja, mas não o único! Por que temos que esperar a passagem do ano para fazer nossas listas de metas para o ano seguinte? Todo dia é dia, toda hora é hora. Não há instante pré-determinado para mudar!<br />
<br />
A vida vem em ondas, já dizia Lulu Santos. Algumas são pequenas: num ano inteiro, cabem muitas delas. Outras são enormes: dentro delas, cabem vários anos. Saibamos surfar nas ondas de nossa praia, e identificar o momento mais adequado para pegá-las ou abandoná-las!<br />
<br />
Desejo, portanto, uma Feliz Vida Nova, para todos nós. Sempre. Que assim seja!<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-26306741804061324832014-12-30T06:14:00.000-08:002014-12-30T06:14:24.271-08:00Sobre culpados, inocentes e julgamentos apressados!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmHEBoaHNS6XOKu4WjPSE7AJCJiffq_51u53Mk_fdbYLytA_HxerZ2antSIr5BPQOvrp2Wybahg2yfa7tpEyuKo44SXB0NHkIcEihqcxt-SG-3waAzBXuJ-nRx0UbDTRNeUZgBeDIo5ss/s1600/culpado-inocente.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmHEBoaHNS6XOKu4WjPSE7AJCJiffq_51u53Mk_fdbYLytA_HxerZ2antSIr5BPQOvrp2Wybahg2yfa7tpEyuKo44SXB0NHkIcEihqcxt-SG-3waAzBXuJ-nRx0UbDTRNeUZgBeDIo5ss/s1600/culpado-inocente.jpg" /></a></div>
Eu já falei sobre quando <a href="http://thiagoes.blogspot.com/2014/12/comprando-tinta-no-deposito-do-bairro.html" target="_blank">fui parado numa blitz da polícia</a> e estava sem documento algum e todo mal vestido. O episódio me serviu para lembrar do incômodo que me causa ao ver um inocente ser acusado ou até condenado injustamente.<br />
<br />
Quando isso acontece nos filmes, mesmo sabendo que é mentira, ainda assim o incômodo permanece e dá vontade de não assistir mais. E quando acontece na vida real?<br />
<br />Parece que a nossa mente é programada para julgar a partir das aparências. Dessa forma, o suspeito é sempre culpado, até que se prove o contrário. É uma inversão lógica da justiça!<br />
<br />
Juntamos algumas poucas peças do quebra-cabeça e logo imaginamos a figura inteira. No entanto, há casos em que grande parte das evidências de um crime, por exemplo, aponta para um inocente. Às vezes, são provas plantadas para incriminá-lo. Mas eu também acredito que isso possa acontecer de forma natural, sem a interferência de ninguém. <br />
<br />
Lembrei-me agora daquela piada em que o marido perde a aliança, ao trocar o pneu do carro. Como sabia que sua esposa não acreditaria nele, logo confirmou o que ela pensava, só para não perder tempo tentando convencê-la da verdade. Ah, no final da piada, a mulher diz que vai perdoá-lo somente porque foi sincero com ela...<br />
<br />
Para cada pessoa que paga pelo que não fez, há outra que não paga pelo que fez. É uma dupla injustiça. Culpar o inocente é inocentar o culpado. Então, tenhamos muito cuidado ao fazermos nossos julgamentos. Não nos deixemos levar pelas aparências, por conclusões apressadas, ou mesmo pelo preconceito!Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-62803644846191901562014-12-29T05:23:00.000-08:002014-12-29T05:23:12.005-08:00Comprando tinta no depósito do bairroAnos atrás, fui parado numa blitz da polícia. Eu estava sem documento algum. Exatamente nada que provasse que eu sou eu! Tinha saído para comprar tinta num depósito, bem próximo à minha residência. Se eu quisesse, poderia ter ido a pé, mas fiquei com preguiça. Entrei no carro só com o dinheiro no bolso. Além do mais, diga-se de passagem, eu estava mal vestido (bermuda velha e uma camisa com furo de barata),o cabelo assanhado e a barba por fazer.<br />
<br />
Pra quase todo tipo de pergunta, a resposta era a mesma: Em casa! Cadê a Identidade? Cadê a carteira de habilitação? Cadê o licenciamento do veículo? Uma hora, ele fez uma pergunta diferente e eu me animei: Onde você trabalha? Eu disse o nome da empresa e que ela ficava bem perto dali. Cadê o crachá? Em casa...<br />
<br />
“Tá tudo em casa, né?”<br />
<br />
O tira com cara de mau pediu pra eu sair do carro. Queria fazer uma revista. Depois que viu que não tinha nada de mais, perguntou o que um carro com placa de Natal estava fazendo, sem documento, em Fortaleza.<br /><br />“Meu senhor, eu moro aqui, mas comprei o carro lá... Eu sou de lá!”
<br /><br />Nada feito, eu que desse um jeito de alguém trazer meus documentos. “Ligue pra sua esposa!” Mas eu também estava sem celular. Por sorte, havia um orelhão na esquina. Liguei a cobrar, mas ela não atendeu. Na outra esquina, tinha uma escola pública. Tentei comprar um cartão na cantina, mas estava faltando...<br />
<br />
“Meu senhor, eu moro perto. Se eu for a pé, em dez minutos estou de volta!”.
<br />“Nada disso, você não pode sair daqui, pois está na condição de suspeito!”.
<br /><br />Suspeito? O que foi que eu fiz, meu Deus?<br /><br />“Então por que não vem alguém comigo?”<br />“Nada disso. Nós estamos trabalhando e não vamos deixar a blitz por sua causa!”.
<br /><br />Ele ofereceu o celular pra ligar pra minha esposa. Eu ditei os números, mas ele digitou errado. “Não tem ninguém com esse nome aqui”. Meu Deus, tava dando tudo errado! Como pode uma coisa dessa acontecer comigo?
<br /><br />O cara ficou mais desconfiado e perguntou se eu sabia meu CPF decorado. Ufa, até que enfim, uma pergunta legal! Ele disse que ia ligar para a central, pelo rádio, e perguntar se eu tava fichado. Olha as coisas melhorando, eu pensei. Vão dizer que eu tô limpo e eu vou poder, finalmente, comprar minha tinta em paz.
<br /><br />Mas acontece que o rádio tava sem sinal...
<br /><br />Já havia se passado mais de uma hora nessa brincadeira. Eu só pensava que minha esposa estava preocupada comigo, que demorava tanto pra chegar com a tinta. Nessa hora, alguém se apiedou de mim e disse:
“A gente tá vendo que o senhor é um cidadão de bem e vamos liberá-lo. Pode ir!”
<br /><br />Meu Deus, por que passaram tanto tempo pra notar que eu era um cidadão de bem? Precisava disso tudo? Mas eles só estavam fazendo o trabalho deles. Nunca mais saio de casa sem documento. Mesmo que seja só pra comprar tinta no depósito do bairro... Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-67180914926964403322014-12-16T07:29:00.001-08:002014-12-16T08:36:29.247-08:00Lie to Me. O monstro da semana agora é o mentiroso da semana!<p dir="ltr">Estou devorando os episódios da série americana Lie to Me, exibida no Brasil pelo canal Fox e pelo Netflix. Bom roteiro e bons atores. Aliás, antes de mais nada, queria denunciar o erro na tradução para o português ("Engana-me, se puder"), que não respeita a uniformidade de tratamento. Segundo aprendi na escola, o correto seria "Engana-me, se puderes" ou "Engane-me, se puder". E por que, meu Deus, não botaram simplesmente "Pega na mentira!"? Seria bem melhor!</p>
<p dir="ltr">Mas voltando ao assunto. No seriado, Cal Lightman e sua equipe de especialistas em detecção de mentiras desvendam casos dificílimos. Eles dispensam as investigações tradicionais e chegam à solução mais rapidamente, baseando-se tão somente nas informações ditas pelos personagens. Verdades ou mentiras, tudo é revelado por meio das microexpressões faciais e gestos.</p>
<p dir="ltr">Engraçado como Cal Lightman observa atentamente o rosto do suspeito, tal como um cientista examina de perto, com lupa, um objeto científico. O rosto é mais importante do que as palavras. Ou mais precisamente, qual expressão acompanha qual conteúdo. Ele se aproxima do suspeito, foca no seu rosto e faz "a pergunta certa", diante da qual o mentiroso se revelará. A pergunta é feita de forma direta, clara, objetiva e repentina, para pegar de surpresa. </p>
<p dir="ltr">O que teria motivado alguém a se tornar o maior especialista em mentiras do mundo? Impossível não pensar que ele fôra muito bem enganado por alguém e dito para si mesmo: "nunca mais ninguém mentirá pra mim e sairá impune". Ansioso para ver logo esta cena!</p>
<p dir="ltr">Li em algum lugar que o ser humano é o único animal capaz de mentir. Sei que há controvérsias. Parece que uns certos macacos escondem alimentos dos outros coleguinhas, para comer só quando a fome apertar. Mas talvez não seja esta uma mentira propriamente dita. Mentir mesmo, de mentira bem mentida, só os humanos! O que me incomoda realmente é quando os mentirosos tentam esconder sua mentira, provocando o sentimento de culpa em quem suspeita. "Você está me chamando de mentiroso?", costumam perguntar. Jogo sujo!</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-83237672268264230562014-12-12T09:22:00.001-08:002014-12-12T09:22:49.427-08:00Reflexões sobre o humor<p dir="ltr">Trago do Ceará o bom-humor deste povo que sabe rir da vida como ninguém, amenizando o peso das dificuldades cotidianas. Após alguns anos morando em Fortaleza, nada mais natural que me deixasse contaminar por este espírito zombeteiro de quem sabe que tudo pode ser desculpa para uma boa piada.</p>
<p dir="ltr">Por aqui, aprendi a admirar este humor como parte da cearensidade, como identidade cultural e alma de um povo. Admiro esse traço quase entranhado no DNA das pessoas.</p>
<p dir="ltr">Hoje, vejo que o humor tem um poder anárquico sobre as coisas. Aquele que sabe rir de si mesmo, por exemplo, dificilmente será ridicularizado. É também veículo para transmitir mensagens que, por outra forma, enfrentariam muita resistência. Humor serve à crítica de toda sorte, pois costuma não seguir regras nem convenções sociais. O Palhaço é, na verdade, um grande revolucionário!</p>
<p dir="ltr">Porém, vejo alguns limites para o humor. Quando usado com imaturidade, ele pode machucar os outros, ou nos colocar no piloto automático, agindo sem pensar. Se nos deixarmos dominar por ele, sem refletir sobre suas consequências, podemos nos render à piada, para apunhalar os amigos. Se estamos completamente imiscuídos em sua sintonia, sem usar nenhum tipo de filtros, podemos apenas reverberar toda sorte de zombarias que se nos avizinham. Nem parece que somos nós que estamos falando...</p>
<p dir="ltr">Também não acredito na felicidade de quem está sempre feliz. Há tempo de rir, há tempo de chorar. Ninguém pode rir o tempo inteiro, de maneira autêntica. O humor não pode ser uma fuga, entende?</p>
<p dir="ltr">Portanto, acredito que devemos ter equilíbrio no uso do humor. É um instrumento poderoso e pode trazer muitos benefícios, quando usado com sabedoria. Se formos imaturos, corremos o risco de transformar nosso bom-humor em ironia ou coisa parecida. E como há uma linha muito tênue entre um e outro caso, devemos ter cuidado.</p>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-89974961400622303662014-11-29T06:14:00.000-08:002014-11-29T06:14:21.942-08:00Adeus, Chaves!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZl5pZ5sgYJLAUG2Kv60UBMvl2PJpPb7n1Fto_BV9npWZlnMmR1egZLS0PM_A8efNre5_G4xIJdEajH0TouvwP_qapb5ruZjDhoGMoBYNLPYQziminWljoLKGyoczeJjdcNuzuY5Eqclg/s1600/isso-isso-isso-chaves-686_thumb.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZl5pZ5sgYJLAUG2Kv60UBMvl2PJpPb7n1Fto_BV9npWZlnMmR1egZLS0PM_A8efNre5_G4xIJdEajH0TouvwP_qapb5ruZjDhoGMoBYNLPYQziminWljoLKGyoczeJjdcNuzuY5Eqclg/s1600/isso-isso-isso-chaves-686_thumb.jpg" height="217" width="320" /></a></div>
Chaves, o menino pobre, era o verdadeiro revolucionário! Ele e sua carismática ingenuidade nos faziam lembrar que, no fundo, o poder real incrusta-se na pele de quem não precisa dele para ser feliz. <br /><br />Não podia comprar a grande bola colorida do seu melhor amigo, nem podia morar nos imóveis da vila mais famosa dos lares, telas e corações latinos, mas era o mais livre e poderoso de todos os personagens! Ele e o seu pequeno barril de madeira...<br />
<br />De onde nascia o poder pessoal do personagem mais querido das terras do sul? Do seu caráter! Simples assim! Ninguém tinha paciência com ele, mas ele era paciente com todos. E apesar de ser o mais pobre, era também o mais honesto de todos, para nos provar que a pobreza não justifica a delinquência e que a opção pelo bem não depende de quanta prata se tem no bolso.<br /><br />Chaves, sem querer querendo, você foi e continua sendo exemplo para todos nós!<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8046514151063063921.post-33647874936572136062014-03-02T03:29:00.000-08:002014-03-02T03:29:07.394-08:00E agora, José? E, agora, eu vou lá!Nenhuma poema representa melhor a falta de esperança do que "E agora, José?", de Carlos Drummond de Andrade, lindamente musicado por Paulo Diniz. A poesia da letra é bela, mas sua ideia é desesperadora. Por isso, resolvi fazer uma paródia, com uma letra otimista, pra cima! Com vocês, "E agora eu vou lá". Cantem comigo!<br />
<br />
<table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" dir="ltr" style="border-collapse: collapse; border: 1px solid #ccc; font-family: arial,sans,sans-serif; font-size: 13px; table-layout: fixed;"><colgroup><col width="203"></col><col width="222"></col></colgroup><tbody>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 140%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> E agora, José? </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">E agora eu vou lá</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> A festa acabou, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">na terra da luz</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> a luz apagou, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">eu vou enxergar</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> o povo sumiu, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">o amor de Jesus</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> a noite esfriou, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">em tudo o que há</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e agora, José? </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">e agora eu vou lá</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e agora, você? </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">E agora eu vou lá</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> você que é sem nome, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Vou matar a fome</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> que zomba dos outros, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">do meu coração</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> você que faz versos, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">chamar pelo nome</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> que ama, protesta? </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">o amigo Perdão</td></tr>
<tr style="height: 21px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e agora, José?</td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">e agora eu vou lá</td></tr>
<tr style="height: 20px;"><td style="padding: 0px 3px 0px 3px; vertical-align: bottom;"></td><td></td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Está sem mulher, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">vou andar com fé</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> está sem discurso, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">não vou duvidar</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> está sem carinho, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">deste céu de luz</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> já não pode beber, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">e da flor que virá</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> já não pode fumar, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">já pode florescer</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> cuspir já não pode, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">murchar não dá mais</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> a noite esfriou, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">ela desabrochou</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> o dia não veio, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">no sonho da paz</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> o bonde não veio, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">o grão de centeio</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> o riso não veio </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">no meio da gente</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> não veio a utopia </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">será nosso pão</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e tudo acabou </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">de cada dia</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e tudo fugiu </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">de cada João</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e tudo mofou, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">de cada Maria</td></tr>
<tr style="height: 21px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> e agora, José?</td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">e agora eu vou lá</td></tr>
<tr style="height: 20px;"><td style="padding: 0px 3px 0px 3px; vertical-align: bottom;"></td><td></td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Sua doce palavra, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">o arrependimento</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> seu instante de febre, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">não mata nem fere</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sua gula e jejum, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">alegre daquele</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sua biblioteca, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">que reconhece</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sua lavra de ouro, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">os erros de outrora</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> seu terno de vidro, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">para corrigí-los</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sua incoerência, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">para superá-los</td></tr>
<tr style="height: 21px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> seu ódio - e agora?</td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">a partir de agora</td></tr>
<tr style="height: 20px;"><td style="padding: 0px 3px 0px 3px; vertical-align: bottom;"></td><td></td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Com a chave na mão </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Deus no coração</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> quer abrir a porta, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">nada mais importa</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> não existe porta; </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">tudo me conforta</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> quer morrer no mar, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">vou pra nosso lar</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> mas o mar secou; </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">nosso lar cresceu</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> quer ir para Minas, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">quero reformá-lo</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Minas não há mais. </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">quero povoá-lo</td></tr>
<tr style="height: 21px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> José, e agora?</td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">eu quero agora</td></tr>
<tr style="height: 20px;"><td style="padding: 0px 3px 0px 3px; vertical-align: bottom;"></td><td></td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Se você gritasse, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Se já fiz gritar</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> se você gemesse, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Se já fiz gemer</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> se você tocasse </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Se já espalhei</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> a valsa vienense, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">a dor do meu viver</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> se você dormisse, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Se já magoei</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> se você cansasse, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Se já desisti</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> se você morresse... </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Se eu já morrí</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Mas você não morre, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Então vou renascer</td></tr>
<tr style="height: 21px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> você é duro, José!</td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">bem melhor do que fui</td></tr>
<tr style="height: 20px;"><td style="padding: 0px 3px 0px 3px; vertical-align: bottom;"></td><td></td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> Sozinho no escuro </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Com fé no futuro</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> qual bicho-do-mato, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">eu sigo e resgato</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sem teogonia, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">os erros que um dia</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sem parede nua </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">já fiz na vida</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> para se encostar, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">pra me enganar</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> sem cavalo preto </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">num cavalo branco</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> que fuja a galope, </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">que voa com asas</td></tr>
<tr style="height: 25px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> você marcha, José! </td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">eu vou para sempre</td></tr>
<tr style="height: 21px;"><td style="direction: ltr; font-family: 'times new roman', serif; font-size: 120%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom;"> José, para onde?</td><td style="direction: ltr; font-size: 110%; padding: 0px 3px; vertical-align: bottom; white-space: nowrap;">Pra sempre eu vou</td></tr>
</tbody></table>
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