Se optarmos pelo sentido banal, podemos discutir a partir de que medida alguém se torna gente grande. Ou de qual idade, para não ser tão restrito. Mas não vamos por este caminho, onde repousa o lobo mau da ignorância.
Melhor chamar de Gente Grande todo aquele que, mesmo na sua teimosa pequenez, agiganta-se perante os desafios da vida. E assim toma as decisões que julga corretas. E as executa com autonomia. E assume a responsabilidade pelas consequências de seus atos.
Acredite, há Gente desse tipo em diversas alturas e faixas etárias. Inclusive adultos que não deixam de brincar, ainda que pareçam infantis aos olhos rasos dos que julgam na superfície das aparências.
Pois há quem pense que ser adulto requer uma sobriedade crônica, imponente e asfixiante. "Eu sou um homem sério", disse ao "Pequeno Príncipe" aquele que se inchou de orgulho e nunca amou ninguém. Um cogumelo, concluiu nosso menino herói criado pelo adulto Saint Exupéry. Gente grande!
Por outro lado, há quem inspire na hombridade dos gestos toda a confiança e autoridade do adulto "cidadão modelo, burguês padrão" (como na canção do Legião Urbana), mas ainda não consegue superar suas frustrações e permanece escravo de seus impulsos, agindo sempre de maneira egoísta e imediatista, doa a quem doer.
Responda-me com sinceridade, quem lhe parece mais infantil? O homem brincalhão que responde por seus atos ou o homem sério que esconde suas faltas? O contador de piadas que não ri do próximo ou o exímio orador cujas palavras não representam seus próprios atos? O palhaço honesto que diverte a plateia ou o político corrupto que se esconde na impunidade?
Quando crescermos, pois, seja qual for nossa idade, altura ou posição, saibamos ser Gente Grande, verdadeiramente!
Obrigado aos amigos Ademir Costa e Frederico Régis, que me despertaram para a importância desse tema.
Nenhum comentário :
Postar um comentário