terça-feira, 23 de julho de 2019

Cícero e Doralice

O CASAL CIDORA
por Thiago de Góes e Judith Pereira

Cícero Medeiros (Biriu), filho de Manoel Eugênio de Medeiros (Manoel Sueco) e Maria Plácida de Góes (Nêga) nasceu em 31 de Março de 1912, em São José do Seridó (RN).

Aos 15 anos, em função de uma queda de cavalo, Cícero ficou com uma das pernas defeituosa, motivo pelo qual andava sempre com apoio de uma muleta.

Era irmão de João Cesário de Medeiros (João Sueco), Raquel Eulália de Medeiros (Raquel de Sueco) e Manoel Etelvino de Medeiros.

Casou com Doralice Pereira Dantas (1915 - 1975), filha de Manoel Sabino Pereira e Izabel Adelgícia Dantas (Dona Bela). Primeiramente no religioso, em 1933, e posteriormente no civil, em 12 de agosto de 1942.

O enlace matrimonial não teve o consentimento dos pais e, por isso, o casal foi morar no galpão da algodoeira, armazém do empresário Raul Medeiros, a pedido do tio de Doralice, Cícero Dantas.

Os filhos que nasceram antes do casamento civil receberam sobrenome Dantas. Quem nasceu depois, recebeu sobrenome Pereira.

Do casamento de Cícero e Doralice nasceram 16 filhos, seis dos quais sobreviveram: Antônio Dantas de Medeiros, Belkisse Dantas de Medeiros, Doralice Dantas Filha (Nova ou Bovinha), Judith Pereira de Medeiros, Nazaré Pereira de Medeiros, Ruy José de Medeiros.

Os filhos que morreram ainda criança foram, nesta ordem: Cícero José, Edson, Francisco, Guiomar, Helena, Ivanalda, Maria José, Creuza, Maria do Rosário, e Maria das Graças.

Cícero era comerciante em São José do Seridó. Em 1957, aos 45 anos, migrou para Natal, onde conseguiu trabalho na Agência Modesto, que comercializava passagens intermunicipais.

Na capital, moraram em seis endereços diferentes (Quintas, Avenida 10, Rua ABC, Avenida 6, Rua João Dourado Filho e, por último, Rua Segundo Wanderley, onde ainda reside Belkisse).

Doralice tinha um comércio que funcionava na Avenida 6, e depois foi transferido para a Rua João Dourado Filho, lateral do Colégio Marista, na Vila Lustosa. Lá, vendia queijos e galinhas caipiras trazidos do Seridó, fornecidos por Joaquim de Egídia e Emídio de Medeiros.

Biriu e Doralice eram pessoas tão confiáveis que os fornecedores deixavam a mercadoria, mesmo se não houvesse dinheiro na hora. Então eles aguardavam o pagamento na próxima viagem.

Após sair da Agência Modesto, Cícero passou a ajudar a esposa na mercearia que funcionava na garagem da casa alugada no Barro Vermelho.

Nela, havia uma grande variedade de alimentos perecíveis e não perecíveis. O estabelecimento ficou conhecido como "a Bodega de seu Biriu", um ponto de referência no Barro Vermelho.

"Eu vou comprar essa casa", disse Doralice. E comprou! "Só saio daqui quando morrer!". E assim seria feita a sua vontade...

O casal era apaixonado pela rua, pela casa e pelo bairro. "Eu não preciso sair de casa! Ponho minha cadeira na calçada e fico vendo o movimento e as pessoas passeando e me dando boa tarde; até minha Belquissinha chegar!", dizia Biriu.

A filha Belkisse, ou Madrinha como também era chamada, nessa época trabalhava numa empresa na Ribeira. Ela vinha de ônibus e descia na porta de casa.

Com a saúde já debilitada, Cícero faleceu em maio de 1974, aos 62 anos. Então sua filha Belkisse largou o emprego para ajudar a mãe na mercearia. Sete meses depois, no entanto, Doralice também veio a falecer, e a família inteira ficou de luto. Todos sabiam que ela morrera de saudades do marido.

"Minha mãe teve uma história e uma trajetória de muita renúncia pelo amor ao meu pai. Assim foi a história de Cidora - CICERO E DORALICE: O Amor Além da Eternidade", resume a filha Judith...
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