Estou devorando os episódios da série americana Lie to Me, exibida no Brasil pelo canal Fox e pelo Netflix. Bom roteiro e bons atores. Aliás, antes de mais nada, queria denunciar o erro na tradução para o português ("Engana-me, se puder"), que não respeita a uniformidade de tratamento. Segundo aprendi na escola, o correto seria "Engana-me, se puderes" ou "Engane-me, se puder". E por que, meu Deus, não botaram simplesmente "Pega na mentira!"? Seria bem melhor!
Mas voltando ao assunto. No seriado, Cal Lightman e sua equipe de especialistas em detecção de mentiras desvendam casos dificílimos. Eles dispensam as investigações tradicionais e chegam à solução mais rapidamente, baseando-se tão somente nas informações ditas pelos personagens. Verdades ou mentiras, tudo é revelado por meio das microexpressões faciais e gestos.
Engraçado como Cal Lightman observa atentamente o rosto do suspeito, tal como um cientista examina de perto, com lupa, um objeto científico. O rosto é mais importante do que as palavras. Ou mais precisamente, qual expressão acompanha qual conteúdo. Ele se aproxima do suspeito, foca no seu rosto e faz "a pergunta certa", diante da qual o mentiroso se revelará. A pergunta é feita de forma direta, clara, objetiva e repentina, para pegar de surpresa.
O que teria motivado alguém a se tornar o maior especialista em mentiras do mundo? Impossível não pensar que ele fôra muito bem enganado por alguém e dito para si mesmo: "nunca mais ninguém mentirá pra mim e sairá impune". Ansioso para ver logo esta cena!
Li em algum lugar que o ser humano é o único animal capaz de mentir. Sei que há controvérsias. Parece que uns certos macacos escondem alimentos dos outros coleguinhas, para comer só quando a fome apertar. Mas talvez não seja esta uma mentira propriamente dita. Mentir mesmo, de mentira bem mentida, só os humanos! O que me incomoda realmente é quando os mentirosos tentam esconder sua mentira, provocando o sentimento de culpa em quem suspeita. "Você está me chamando de mentiroso?", costumam perguntar. Jogo sujo!
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